domingo, 19 de abril de 2009

AMAR É SÓ AMAR

Felizes os que sabem que são espiritualmente pobres, pois o Reino do Céu é deles.


O que será ser pobre espiritualmente? O pobre material é aquele que passa fome, não tem comida, ou seja, que não tem posses. A partir daí podemos dizer que pobreza significa um estado onde existe carência de posses.
Qual a posse que um espírito pode ter? Seus sentimentos. Apenas isto é dele, ou seja, possui. Todo resto é de Deus e poderá ser retirado da guarda do espírito a qualquer momento.
Portanto, o pobre de espírito é aquele ser universal que possui carências de sentimentos. No entanto, esta carência não é caracterizada pelo volume de sentimentos, mas por não possuir qualidades diferentes.
Pobre de espírito é aquele que só tem um sentimento para viver: o amor. Ele possui muito amor, mas só tem este tipo de sentimento e nenhum outro.
O pobre de espírito não tem raiva, não tem ganância, não tem ira, não tem contentamento. Quem possui todos estes sentimentos é um rico espiritualmente falando, pois possui diferentes qualidades de sentimentos.
Desta forma, a compreensão exata do ensinamento de Cristo é que aquele que possui apenas o amor chegará a Deus e será feliz.
A partir do momento que já compreendemos o ensinamento, podemos então realizar aquilo que nos propomos neste trabalho, ou seja, a mostrar o que Cristo ensinou que é amar, ou o amor crístico.

Amar é só amar.

O que quer dizer isto? Que o amor ensinado por Cristo é incondicional, ou seja, só existe por ele mesmo. Quem ama universalmente não o faz por causa de nada, para nada, de nenhum jeito específico. Para Cristo, amar é amar e ponto final.
Cristo ensinou a amar a todos independentemente do que lhe façam, do jeito que estejam ou do lugar que eles estiverem. O amor crístico é incondicional, ou seja, existe sem que haja necessidade de condições específicas para existir.
O pobre de espírito só tem amor e para ser assim ele só ama, ou seja, abole toda e qualquer condição para amar. Amar é simplesmente amar e não amar “porque” ou “para que”. Amar é doar-se sem esperar nada em troca, entregar-se profundamente sem impor condições alguma. Sem esperar sequer que o outro lhe ame.
É isto que Cristo ensina quando fala que o bem-aventurado tem que ser pobre de espírito para poder possuir o Reino do céu. Para os seres humanos o amor crístico, no entanto, é muito difícil, pois o seu amor fica subordinado a condições para existir.
 Os sentimentos humanos são todos, na verdade, um amor condicionado. Por exemplo: “eu amo se ele fizer isso”. Isto não é amor: é contentamento, prazer. Sempre que se impõe uma condição para amar que é realizada, surge o prazer de ter sua vontade contentada e o ser humano chama de amor.
É isso que Cristo está nos ensinando. O verdadeiro amor não espera nada, não condiciona a sua existência a nada. Eu amo, ponto final. Portanto, amar é amar e nada mais que isso.
Pensando agora em termos de reformar-se, se amar é simplesmente amar, o que temos que fazer para viver este amor crístico? Acabar com as condições para amar. De nada adianta o ser humano querer amar porque não conseguirá enquanto o seu ego estiver criando condições para amar.

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